18 de maio de 2012

Entrevista do Faganelo no Sudoeste Jornal (Goiás)


Poder de compra da classe C reflete positivamente no comércio
Existem hoje no Brasil aproximadamente 102 milhões de cidadãos representantes da classe C, número equivalente a 54% da população brasileira. Em 2003, era de apenas 38%. Segundo o economista Maurício Faganelo, dentre os fatores que contribuíram para esse crescimento estão o aumento da renda média do trabalhador, a facilidade de acesso ao crédito e benefícios fiscais concedidos pelo governo federal, além da estabilização dos níveis de preços ao consumidor: “Havia, por exemplo, aquele indivíduo com grande vontade de comprar, mas que não tinha acesso ao produto. No entanto, a situação mudou em função das facilidades de pagamento e, também, de melhores preços”.
De acordo com Faganelo, a desigualdade social no Brasil vem diminuindo em consequência desse avanço social. Segundo afirma, após o advento do Plano Real a chamada Nova Classe Média foi a responsável pela sustentação do crescimento da economia brasileira. Para exemplificar esse avanço, ele aponta que 30% dos brasileiros entre 16 e 60 anos possuíam celular no ano de 2001. Recentemente, esse número subiu para mais de 85%. O economista também chama a atenção para produtos como as máquinas de lavar, presentes em metade das residências brasileiras, conforme aponta o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “Em 1992, apenas 23% das casas tinham o equipamento. A tendência é que haja também um crescimento da classe B, pois o indivíduo da classe C possui mais oportunidades de se desenvolver e, dessa maneira, passará a fazer parte da classe superior”.
Ele lembra que outro ponto a se considerar é que vários estudantes têm buscado cursos técnicos para conseguir melhores salários num futuro próximo. “Ao avaliar a escolaridade dos pais desses alunos, percebemos que poucos tiveram a oportunidade de cursar o ensino superior. Assim, os jovens estudantes buscam construir uma base econômica no atual momento, e a tendência é que isso continue crescendo”, avalia.

Consumo
Ao analisar custo, benefício e qualidade, Faganelo lembra que a classe C busca algo novo e tem mudado seu comportamento de compra. “Hoje, os consumidores desse perfil social preferem comprar um produto em que o dinheiro gasto seja válido. Por exemplo, a preferência pela compra do sabão em pó de melhor qualidade, que, apesar de ser mais caro de acordo com a marca, rende mais durante o consumo”, observa.
O economista avalia que, em cinco anos, a classe C será a principal consumidora no segmento de compras virtuais. O gerente de uma loja que preferiu não se identificar diz que a venda de computadores no estabelecimento em que trabalha passou de 2% para 20% nos últimos cinco anos: “O aparelho se tornou um artigo de necessidade, deixando de ser luxo. Por essas razões, em Rio Verde confirmamos o que acontece em todo o país, que é esse crescimento do poder de compra da classe C”.
Alessandro da Silva, gerente de loja de eletrodomésticos, afirma que tem percebido o aumento na procura por parte da classe C. “Não há dúvida, realmente houve um crescimento da venda de notebooks, por exemplo. Podemos dizer que ocorreu um acréscimo de 40% nas vendas, se formos comparar a cinco anos atrás. Hoje, as ofertas e as condições de pagamento são boas”, afirma Alessandro, frisando ser intensa a venda de TVs de LCD e máquinas de lavar para essa classe: “Na loja, em uma semana o estoque de 40 dessas máquinas acaba, o que era difícil de acontecer tempos atrás”.

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