Centrado principalmente no agronegócio, Goiás se beneficia do único setor que segurou a economia do País nos últimos meses: a agropecuária. Com os preços das commodities em alta no mercado internacional, a balança comercial é favorecida. Com isso, os efeitos dessa recessão técnica chegam ao Estado de forma mais branda. Não é por acaso que os indicadores de emprego, produção e até endividamento são melhores na economia goiana, em comparação à média nacional.
Para Maurício Faganelo, esse bom cenário externo agrícola deve perdurar até o final do ano, o que, associado à alta produtividade no Estado (vide resultado de Rio Verde, que figura entre os maiores resultados agrícolas do País), deve ajudar os resultados em Goiás.
MUDANÇA
Por outro lado, Adriano Paranaíba alerta para uma possível mudança neste quadro nos próximos anos, com a retomada do crescimento da economia norte-americana, que também é fortemente influenciada pelo agronegócio.
Com a recuperação dos EUA (cresceu mais de 4% neste segundo trimestre), não existe mais uma situação de supervantagem brasileira, que passa a ter uma forte competição no fornecimento de alimentos para o mundo.
Os investimentos depositados no País também começam a retornar ao mercado norte-americano, reduzindo o fluxo de dólar e, consequentemente, de investimentos no Brasil.
INDÚSTRIAS
Para Paranaíba, a vantagem para Goiás num cenário de crise pode ser o recebimento de indústrias que sairão do Sudeste em busca de menores custos. “Em Goiás, eles encontram mão de obra barata e uma localização privilegiada. Será um movimento parecido com o da década de 80”, analisa. Nesse sentido, acrescenta Faganelo, a Ferrovia Norte-Sul será um grande fator de atração de empresas e investimentos e impulsionará uma possível mudança na matriz de transportes.
“Também vejo como muito positivo o empreendedorismo goiano, principalmente nos setor de comércio e serviços. Possivelmente, será uma grande parte da sustentação da economia local”, frisa Faganelo.