14 de maio de 2011

As Classes sociais, a máquina de lavar roupa e a presidenta Dilma.

Antes de ler esse post, CALMA !!!

Não é nenhum comentário machista, nem preconceituoso. Pelo contrário, são informações que juntei nas minhas pesquisas e quero compartilhar com vocês. E vou falar em partes:

As classes sociais

A estabilização economica brasileira refletiu diretamente na condição social dos brasileiros das classes menos favorecidas, as classes C, D e E. No gráfico abaixo, podemos ver claramente que a população da classe C aumentou bastante entre 2003 e 2009 e a expectativa é que aumente mais ainda em 2014, de acordo com a FGV.


E o que entendiamos como pirâmide social, mudou de nome e virou o losango social.

 A máquina de lavar roupa

O impacto da melhoria da condição econômica e social pôde ser percebida no dia a dia das familias brasileiras. E as mulheres das classes C e D foram as mais beneficiadas !

E como entender isso de uma jeito simples ?

Em grande parte das famílias, a tarefa de lavar as roupas é realizada pelas mulheres (não só aqui no Brasil, mas no mundo todo). Além de ser desgastante físicamente (em locais mais carentes até o acesso a água não é fácil), tomava um tempo importante das atividades dessas mulheres no seu dia a dia.

No meu ponto de vista, o acesso a esse eletrodoméstico pelas famílias das classes sociais menos favorecidas não deve ser percebido somente como uma melhoria de sua situação econômica, mas sim como uma evolução de sua condição social.

O desgaste físico e o tempo para lavar as roupas diminui substancialmente, possibilitando a essa mulher realizar outras atividades, como por exemplo, ajudar nas atividades escolares dos filhos.

Na PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) que o IBGE realiza todos os anos (exceto em 2000 e 2010, por causa do Censo), podemos observar a evolução do Número de Domicílios com Máquina de Lavar Roupas:

É impressionante o crescimento de lares que passaram a ter esse elétrodoméstico, mas acho interessante falar sobre esse indicador destacando dois momentos diferentes.

O primeiro foi entre 1995 e 2001, quando esse porcentual evoluiu de 25,4% para 32,7%. A estabilização da economia deu condições aos lojistas oferecerem este produto com pagamento parcelado. Ajudou muita gente, mas para as classes menos favorecidas, o preço ainda era inviável.  O prazo para pagamento parcelado era ainda pequeno (abaixo de 6, na maioria dos casos) e as altas taxas de juros imbutidas nas parcelas deixavam as parcelas ainda caras e inviáveis no orçamento dos mais pobres.

Após 2004, com a economia estabilizada, o desemprego caiu, a renda dos trabalhadores melhorou. Os lojistas aumentaram o número de parcelas (até 18 vezes em alguns casos) e em 2007 com a queda dos níveis das taxas de juros aliado a redução do IPI para os eletrodomésticos (ocorrida em 2008), o número de domicílios com máquina de lavar alcançou em 2009 os seu maior índice, 44,3%.

Aqui segue abaixo um filme do Prof. Hans Rosling (com legenda em português) que fala sobre esse assunto, mas em aspecto global – Inclusive fala do Brasil no vídeo.

E o que a Dilma tem a ver com isso ?

Vamos refletir !

Você acha mesmo que a pessoa que viu em sua própria realidade econômica e social melhorar querer trocar o certo pelo duvidoso ?

Em outro trabalho que compilei sobre o consumidor de baixa renda, observei que além do gosto pela fartura, a dignidade e a flexibilidade no crédito são algumas de suas características de consumo. Mas também mencionei que valores pessoais e o conservadorismo são outras características percebidas.

Esse conservadorismo inclusive pôde ser entendido pelas escolhas nas urnas em 1998, 2006 e em 2010 quando democraticamente elegemos presidentes e governadores estaduais.
O governo é responsável pela condução do bem estar econômico e social, e as classes menos favorecidas no Brasil entendem que um bom governante é aquele que possibilita a melhoria de sua condição social, distribuindo bolsas auxílio sem critério ou fazendo grandes obras públicas faraônicas. Propinas, mensalões e apagões são esquecidos. O que prevalece é quem faz mais, não quem faz melhor !!

Só que política econômica é ECONOMIA e não POLÍTICA.
POLÍTICA é diferente de ECONOMIA.

Quando a economia é de um país é orientada por interesses políticos, o resultado é inevitável. Quem paga a conta é sempre o povo. E a conta chega primeiro aos mais pobres !

O grande desafio é explicar economia de um jeito simples, para quem não entende. E por mais complicado que possa parecer, isso é possível. Basta simplificar e relacionar o assunto discutido com o dia a dia de todos.

Não estou defendendo nem criticando o governo atual ou o anterior, estou simplesmente relacionando pontos de vista para fazer você refletir. Quem sabe te ajude decidir como vai administrar seu dinheiro ou em quem vai votar no futuro.

Para encerrar, vai uma pérola popular:

“FHC limpou o salão, LULA deu a festa e a DILMA está lavando os pratos”
(quem será que vai apagar a luz do salão ????)

Dê seus pulos
MF

2 comentários:

Economistas Na Net disse...

Oi Professor, tudo bem? Gostei do artigo. Postei link no Twitter.com/economistasnet. Mantenha a pegada. Abraço. Gilmar

Mauricio Faganelo disse...

Obrigado Gilmar pelo elogio e pela divulgação.