13 de maio de 2013

O próximo nível de desenvolvimento

Entrevista que dei para a Revista INFORME COMIGO, da Coop. dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano.

Por: Bruno Kamogawa

O economista Maurício Faganelo*, em entrevista à revista INFORME COMIGO, diz que a evolução do agronegócio em Goiás trouxe o crescimento econômico a diversos municípios e a cidade de Rio Verde é um exemplo deste processo impulsionado pelo cultivo de grãos, instalação de agroindústrias, armazéns e outras empresas. Contudo, defende que a atividade precisa se fortalecer e investir no desenvolvimento de polos tecnológicos voltados ao setor. 

*Bacharel em economia pela PUC-SP; MBA em Marketing pela Escola Superior de Propaganda e Marketing – ESPM/SP; Consultor Empresarial, Professor de Economia, Mercado de Capitais e Gestão de Negócios do Instituto Federal Goiano – IF Goiano, Campus Rio Verde, e Delegado do Conselho Regional de Economia de Goiás – CORECON.

INFORME COMIGO - Qual a visão que os centros urbanos têm sobre o agronegócio?
MAURÍCIO FAGANELO: Segundo pesquisa realizada pelo Núcleo de Estudos do Agronegócio da Escola Superior de Propaganda e Marketing – ESPM, a conclusão geral é que a população urbana entende que as atividades realizadas no campo são fundamentais para o fornecimento de alimentos e matérias-primas. Contudo, uma parcela ainda não está interessada em saber como as mesmas se desenvolvem para oferecer o produto que chega as suas mesas.  Antes, o comprador não queria conhecer a origem do produto. Entretanto, essa concepção está mudando. Agora, uma parte dos consumidores quer saber mais detalhes deste processo e até mesmo por onde passou aquele produto.  Essa preocupação começou a importar a partir do momento em que a qualidade e fatores externos relacionados ao produto ganharam grande relevância no desenvolvimento do mesmo no mercado. Este fenômeno atingiu todas as cadeias econômicas, principalmente de itens industrializados. Atualmente, se uma pessoa compra uma lata de molho de tomate, ela quer saber o padrão de qualidade adotado na seleção dos tomates no campo, se foi usado agrotóxico ou não. Por essa razão, grandes redes de fast food adotam essa política de apresentar ao público as etapas de seu processo produtivo. Neste contexto, podemos citar o McDonalds que teve um marketing extremamente negativo por conta do documentário “Super Size Me”, de Morgan Spurlock. Ele mesmo passou um mês comendo apenas esse tipo de alimento pra provar o quanto fazia mal. Foi ao médico e recebeu o diagnóstico de que se não parasse teria sérios problemas de saúde. Isso mostra a preocupação da população com o produto final. Assim, a empresa produziu vários comerciais para mostrar como suas matérias-primas eram produzidas. 

IC – E quanto à relevância econômica da atividade para o país?
FAGANELO: Agricultura e pecuária exercem um significativo impacto na economia brasileira, principalmente nas regiões produtoras. De acordo com o Instituto Mauro Borges, Rio Verde, por exemplo, apresentou uma balança comercial recorde em 2011, além de duplicar suas exportações em relação a 2010. Para a região, a instalação de indústrias relacionadas direta ou indiretamente ao agronegócio trouxe desenvolvimento econômico, sendo a COMIGO, a primeira responsável por essa transformação. Hoje, tornou-se a maior Cooperativa do Norte e Centro–Oeste do país, sendo listada no ranking nacional das melhores empresas.  Em outro momento, com a chegada da Perdigão, hoje BR Foods, visualizou-se o segundo “boom” da economia. Ela gerou empregos e movimentou a economia, ajudando na criação de uma nova classe média, principalmente composta de pequenos granjeiros e fornecedores de produtos e serviços para o setor. Assim, a produção agropecuária e os produtos industrializados derivados da mesma atendem ao mercado interno e seu excedente, ao mercado externo, fato que traz muitas divisas e lucratividade. 

IC – Isso impacta a economia local e regional?
FAGANELO: Sim, vemos o impacto em atividades no setor de bens duráveis e serviços. Uma concessionária de carro, por exemplo. O produtor rural, depois de comercializar sua safra, pode trocar ou adquirir um veículo. Este fato gera renda, impostos, tributos e empregos, além de uma expansão do setor.  A renda do agronegócio cresceu muito nos últimos 10 anos de forma exponencial, e os pequenos e médios produtores melhoraram seus proventos substancialmente. Pesquisas recentes publicadas pelo Centro de Pesquisas Sociais da Fundação Getúlio Vargas comprovaram o que vemos no nosso dia a dia. Quem antes era da classe D, hoje é classe C e consegue oferecer uma melhor qualidade de vida para sua família, adquirindo mais produtos e serviços. Não se pode esquecer o crédito facilitado e os programas de financiamento à agricultura familiar que o governo promoveu como mola propulsora para esse desenvolvimento. O comércio de Rio Verde está fortemente atrelado ao agronegócio, com uma sazonalidade diferente de centros urbanos como Goiânia, que segue o calendário comercial das grandes metrópoles. Nós temos dois momentos importantes para a economia local, com a colheita da safra e safrinha, os quais são acompanhados pelo crescimento do consumo de bens duráveis e serviços diversos. São realidades diferentes em um mercado crescente. 

IC – O desenvolvimento atribuído ao agronegócio enfrenta quais obstáculos? 
FAGANELO: O crescimento econômico proporcionou oportunidades de desenvolvimento de empresas como a COMIGO, que teve origem na gesão da propriedade rural familiar e avançou para um processo de gestão profissionalizada, sendo esse processo responsável pela sua expansão e sucesso. Entretanto, essa metodologia não foi assimilada por todos os segmentos da economia e a Cooperativa se viu obrigada a buscar produtos e serviços em outras cidades ou estados. Em momento posterior, a instalação da Perdigão gerou outra cadeia produtiva que trouxe novas empresas interessadas em atender as necessidades deste complexo industrial, mas ainda sem supri-las de forma completa. Esse problema pode ser atribuído ao fato de que Rio Verde é classificada como uma cidade de porte médio e com grande potencial, contudo, ainda enfrenta problemas relacionados a uma postura de cidade pequena, o que pode atrapalhar o desenvolvimento. Ela possui aproximadamente 200 mil habitantes, com uma população flutuante de 10 mil pessoas por dia, mas ainda não oferece serviços com a qualidade e rapidez necessárias. As cidades de Taubaté e Santo André (SP) passaram por um processo parecido com a instalação de uma indústria automobilística (Volkswagen), que trouxe uma série de outras empresas inseridas na produção e montagem de veículos. Chamamos isso de arranjo produtivo local, empresas que dão suporte à indústria, constituindo um grande complexo industrial.

IC – A falta de mão de obra qualificada atrapalha esse desenvolvimento?
FAGANELO: Sim, cria um gargalo ao desenvolvimento e Rio Verde enfrenta esse problema no momento. Temos profissionais que saem bem preparados da universidade, mas apenas com formação acadêmica, e pouca ou nenhuma experiência profissional. No setor de serviços, verificarmos isso claramente pela baixa qualidade no atendimento e alta rotatividade no comércio, o que gera custos para o empresário. Esse processo limita a expansão do setor e reduz sua lucratividade. Um fato comum para o rio-verdense, mas que gera surpresa para quem veio de fora como eu, é o uso de carros de som anunciando vagas de emprego. Isso não é um acontecimento normal no país e talvez seja até uma miopia do mercado local, que acha isso uma prática comum. Se isso acontece em São Paulo (capital) veríamos uma catarse coletiva.

IC – Existe uma solução para este quadro?   
FAGANELO: Este problema não se resolve de uma hora para outra. Precisa-se investir na formação de profissionais qualificados e também proporcionar oportunidades destes profissionais atuarem no setor. Temos potencial para produzir talentos, sem a necessidade de importá-los. A questão é como valorizá-los. Temos condições de oferecer oportunidades aos profissionais aqui? Infelizmente, poucas empresas, como a COMIGO e a BR Foods, conseguem investir e manter seus talentos. Precisa-se criar uma mão de obra qualificada para alinharmos o setor secundário com o primário.

IC – O município atingiu um elevado patamar na cadeia produtiva do agronegócio, qual será o próximo passo?
FAGANELO: Investir no desenvolvimento de tecnologias e pesquisas voltadas para a nossa realidade, reduzindo a necessidade importar modelos prontos de outras regiões. Atualmente, contamos com instituições de ensino e órgãos governamentais como a Embrapa, e a participação da iniciativa privada; o que nos remete à necessidade de incentivar a criação de mais parcerias público-privadas com empresas e universidades. Não se pode fugir do nosso DNA agrícola, mas para sustentá-lo precisamos criar um polo tecnológico aqui, através da integração escola-empresa-governo. Essa iniciativa tem que partir do poder público, das empresas/indústrias e das universidades, pois somos deficientes em alguns pontos. Na universidade, posso constatar pouquíssimos projetos de iniciação científica voltados para o agronegócio. Muitos alunos nem mesmo sabem o que são derivativos agrícolas. Os produtores rurais devem se interessar pela formação técnica, na qual são muito eficientes, mas também pela gestão da cadeia produtiva de suas atividades. Os agropecuaristas são muito eficientes da porteira para dentro, já provaram isso com recordes de produtividade, mas ainda não estão acostumados a trabalhar com derivativos e mercado futuro, que podem otimizar os seus lucros. Isso se deve à insegurança do que é pouco conhecido e até mesmo desconhecido por alguns produtores. Outro ponto é a necessidade imediata da criação de um instituto de pesquisas econômicas aplicadas ao agronegócio, o que Goiás não tem. O Estado do Mato Grosso já conta este órgão que divulga pesquisas diárias sobre o setor, o que beneficia municípios como Rondonópolis, um dos nossos principais concorrentes na produção de grãos.

IC – O perfil das empresas relacionadas ao agronegócio está mudando?
FAGANELO: Em pesquisa que aponta as 10 maiores empresas globais relacionadas ao agronegócio, constatou-se que nove delas possuem escritórios ou representantes em Rio Verde. Grandes fundos de investimentos também já colocaram os dois pés na nossa região. Devido à presença de grandes produtores rurais e empresas locais voltadas ao agronegócio, como a COMIGO, o hectare de terras se valorizou, o que obrigou as multinacionais a analisar rentabilidades possíveis e arrendar propriedades por aqui. O que me preocupa é esse perfil de empresa que se utiliza capital estrangeiro, investe em uma gestão profissionalizada de produção por anos e retira o lucro para fora do município e também do país. Estes grandes grupos estão cada vez mais presentes e tem “bala” para investir, principalmente em uma região já desenvolvida para grãos (soja e milho) e nos municípios vizinhos com atividades mistas (pecuária e granjas). O setor financeiro está buscando melhores rentabilidades financeiras e o mercado agrícola está dentro deste radar. Cada vez mais veremos empresas com gestão profissionalizada e recebendo recursos de investidores, que antes ficavam somente no mercado financeiro. Cabe ao governo atrair novas empresas que queiram investir e se estabelecer em definitivo por aqui, e dispensar aventureiros e especuladores.

IC – Qual seria o impacto de uma eventual crise econômica no agronegócio?
FAGANELO: A integração da economia local com a principal atividade econômica trouxe muitos benefícios. No momento, o agronegócio está bem capitalizado e pode se manter por certo tempo. Porém, e se o setor produtivo pegar uma “gripezinha” ou mesmo como disse o ex-presidente Lula, enfrentar uma “marolinha” econômica? Já enfrentamos duas crises econômicas relacionadas ao agronegócio nos últimos 20 anos (1994 e 2001), com graves consequências para o desenvolvimento dos municípios, sendo o setor de serviços o bastante afetado. Se um produtor não tem dinheiro, ele não compra com tanta frequência no supermercado e o dono não contrata mais funcionários ou até mesmo reduz o seu quadro. O comércio diminui de tamanho e eleva-se o índice de desemprego. Não existe um remédio imediato, mas sim ações a médio e longo prazo como: aumentar a capacidade de industrialização do município; melhorar o gargalo logístico, que com a construção da ferrovia Norte-Sul será amenizado; investir na qualificação da mão de obra e na criação de um polo tecnológico do agronegócio. Rio Verde está em uma localização estratégica e se traçarmos uma linha de 1.300km ao redor do Sudoeste goiano e em torno de Goiás, podemos atingir 70% do mercado brasileiro. Se uma montadora de máquinas agrícolas se instala na cidade ela poderia aproveitar essa logística. Grandes centros surgiram começando pela atividade agrícola: São Paulo, Campinas, Ribeirão Preto, Uberlândia e, agora, Rio Verde. De acordo com o Prêmio Nobel em Economia, Paul Krugman, em sua teoria dos polos, as pequenas cidades são atraídas pelo desenvolvimento dos grandes centros urbanos. Anápolis, localizada entre dois grandes centros urbanos (Goiânia e Brasília), fornece produtos e serviços para as duas cidades. Aparecida de Goiânia também passou pelo mesmo processo. Piracicaba (SP) é outro exemplo. Passou por um processo semelhante há 30 anos, com parcerias entre a Escola Superior de Agronomia Luiz de Queiroz – ESALQ, e Embrapa no desenvolvimento de polos de pesquisa. Até mesmo a Bolsa de Mercadorias e Futuros – BM&F, bancou a construção do prédio de estudos de Economia Agrícola no campus da ESALQ nos anos 90. Hoje esse local possui a maior biblioteca em Economia Agrícola e Rural do país. Apartir destes exemplos, tenho convicção que conhecimento científico aplicado é o que mais gera riqueza no médio e longo prazo. No caso de Rio Verde, estamos na “porta” de todas as atividades relacionadas ao agronegócio, que se estendem por todo o Centro-Oeste brasileiro. Temos que partir para um nível acima no desenvolvimento e difusão de tecnologias voltadas ao setor e disso se aproveitar o Sudoeste goiano. Vale ressaltar que já temos capital, condições e pessoal suficiente para isso, falta resolvermos esses problemas para fortalecermos nossa base e evoluir para um novo patamar. Temos escolas prontas, alunos ávidos por novos conhecimentos e empresas qualificadas para receber esses profissionais.

IC – Neste processo, qual a relevância de uma agricultura familiar sólida?
FAGANELO: Fortalecer setores como a agricultura familiar também auxilia neste processo, a exemplo de Ibiúna (SP), uma pequena cidade que hoje é conhecida como a “horta” do paulistano, sendo grande produtora de hortaliças comercializadas em sua grande maioria na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo – CEAGESP. Assim, se reduz a necessidade de buscar alimentos de cidades mais distantes ou até mesmo de outros estados, sendo mais um incentivo ao crescimento da economia regional e local. No caso de culturas como a soja e o milho, a força do cooperativismo da COMIGO é um grande apoio ao pequeno produtor, garantindo custos mais competitivos e um grande apoio na gestão e na comercialização de seus produtos.

Um comentário:

Luiz Henrique Machado disse...

O município atingiu um elevado patamar na cadeia produtiva do agronegócio, qual será o próximo passo?

Vou citar uma pesquisa que acabei de realizar, em fase de publicação:

Incentivos à Inovação de Empresas de Base Tecnológica no Sistema Agroindustrial Sucroenergético Brasileiro: Uma Análise Exploratória

Resumo
O sistema agroindustrial (SAG) sucroenergético brasileiro está na vanguarda tecnológica, colhendo os frutos da vantagem tecnológica advindos do direcionamento estratégico nacional em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação do Proálcool, entretanto, o Brasil não tem competência tecnológica em todas as frentes de pesquisa, necessitando esforço para o fomento de empresas de base tecnológicas (EBTs) aptas a ofertar produtos e serviços para o setor. A partir de uma pesquisa exploratória, este trabalho objetiva identificar patentes, agências e programas que fomentam inovação de EBTs do SAG sucroenergético. Os resultados mostraram que o SAG sucroenergético está concentrado em ICTs e empresas já consolidados no setor.

(...)

Considerações Finais
O Brasil, apesar de estar na fronteira tecnológica no SAG sucroenergético, mérito de uma estratégia ofensiva adotada em meados dos anos 1970 ocasionado pelo direcionamento estratégico nacional em PD&I do Proálcool e no esforço em buscar alternativas energéticas de baixo custo e renováveis, vem perdendo espaço na dominância tecnológica da cana para os EUA e Japão, em especial na área da biotecnologia (Melo & Poppe, 2010).
Portanto, é fundamental ampliar a coordenação entre os agentes governamentais federais e estaduais e oligarquias setoriais (ministérios, secretarias e agências), com maior apoio privado, que, historicamente, se constituem como mais eficientes.
Percebe-se que, a partir da Lei da Inovação e da Lei do Bem, houve um aumento no número de patentes, aliado ao maior interesse em PD&I de matrizes energéticas alternativas ao carvão e petróleo, além das pressões ambientais, permitindo um ambiente de aumento de sinergias de inovação. No entanto, o SAG sucroenergético ainda está concentrado em ICTs públicos e privados, com poucos dados, a partir do levantamento aqui realizado, sobre EBTs neste setor.
Em relação aos programas de apoio à inovação no setor sucroenergético, pode-se destacar o recente PAISS, Plano de Apoio à Inovação dos Setores Sucroenergético e Sucroquímico, desenvolvido pelo Bndes e Finep para melhoria do uso da biomassa, em sua concepção, produção e comercialização do bioetanol de segunda geração, novos produtos de cana-de-açúcar e gaseificação. Os resultados mostraram que, apesar do relevante apoio a 39 empresas na geração de PD&I no setor, percebe-se concentração dos benefícios para empresas já consolidadas no setor. Isso não reduz o mérito do programa, porém poderia haver uma linha de fomento a spin offs, a fim de permitir a diversificação de PD&I setorial.
Há também o PIPE da Fapesp, que permite o apoio via subvenção econômica e o programa PITE, que congrega atuação conjunta entre ICTs e EBTs. A sugestão é para que esses programas possam também contemplar as incubadoras, não desmerecendo o trabalho atual, permitindo apoio para pequenas e médias EBTs, inclusive spin offs, empresas incubadas e novas entrantes, para ampliar o escopo de atuação, aproveitando o conhecimento adquirido nos ICTs. Isso permitiria ampliação e difusão do conhecimento em ambiente mais permeável, em condições de inovação aberta e distribuída, por exemplo, a partir do modelo de sucesso aplicado pelo Proeta/Embrapa. Desse modo, torna-se possível não apenas o direcionamento de PD&I, mas ampliação do empreendorismo tecnológico, além dos ICTs, o que não desmerece seus significativos avanços e contribuições.
Este trabalho levanta novas possibilidades de estudo e não esgota o debate sobre o tema, de importância estratégica na renovação de uso de combustíveis fósseis, manutenção da pauta exportadora brasileira e na ampliação da vanguarda tecnológica que o Brasil tem no setor.