24 de agosto de 2015
5 de setembro de 2014
Economia do Brasil está em queda: como isso afeta sua vida?
Economistas advertem que as pessoas devem pensar duas vezes antes de contrair dívidas de alto valor
por Lídia Borges - Jornal O popular - Goiás30 de agosto de 2014 (sábado)
O resultado negativo do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre de 2014 (-0,6%) não chegou a surpreender os analistas econômicos, que já apontavam a retração para o qual o Brasil vinha caminhando. Mas a constatação de que o País está numa recessão técnica - ou seja, apresenta PIB em queda por dois períodos seguidos, já que nos três primeiros meses o índice foi revisado para baixo (-0,2%) - deve acender o sinal de alerta em todos os setores: desde governos, investidores e empresários em geral, até o cidadão comum.
Todos terão de pensar duas vezes antes de usar seus recursos e, talvez, rever hábitos e planos. Não é hora de adquirir dívidas de alto valor e é preciso pensar duas vezes antes de trocar de emprego, aconselham economistas. A inflação em alta já é bem perceptível no dia a dia, afinal o consumidor vê seu poder de compra diminuído pelos preços cobrados atualmente.
Mas, se a economia continuar no mesmo embalo, em breve, os efeitos serão sentidos também numa possível redução da renda e de vagas de trabalho, afirma o sócio-diretor da Moka21 Consultoria, economista Maurício Faganelo. A perda acelerada e contínua de competitividade entre as empresas também reflete o baixo desempenho do cenário econômico nacional.
“Basta você olhar os bens e produtos à sua volta. Cada vez mais são de mercadorias “made in China” (fabricados nesse País). A indústria brasileira não está conseguindo competir nessas condições de mercado e pode, em breve, começar a demitir”, afirma o economista Adriano Paranaíba.
CONSUMO
Num cenário de inflação em alta, no teto da meta do governo (6,5%), as famílias ficam com o poder de compra diminuído. Ou seja, com os mesmos rendimentos, compram cada vez menos produtos e serviços. Com isso, a tendência é de reduzirem o consumo para ajustarem o orçamento. “Isso tende a construir um cenário muito ruim para 2015, caso não haja uma mudança na política eco- nômica”, afirma Adriano Paranaíba.
O que pode melhorar esse quadro são os novos estímulos anunciados pelo governo federal nas últimas semanas para financiamento de automóveis e imóveis. “O governo já conhecia os resultados negativos do PIB e se antecipou à divulga- ção”, diz Faganelo.
INFLAÇÃO
A inflação em alta não deve ceder de imediato. O PIB no vermelho é a imagem clara de que a produção caiu e, portanto, há menos produtos no mercado. O período de eleições pode agravar a situação, já que os empresários tendem a segurar investimentos em função das incertezas políticas. Na lei da oferta e procura, quanto menor é a oferta, maiores são os preços e é esse o mecanismo que sustenta índices inflacionários altos.
No segundo semestre, esse cenário pode piorar, com a proximidade das principais datas comemorativos do País (Natal e Ano Novo) e aumento de consumo. Mas, num médio prazo, é possível que esse fluxo se acomode, já que a recessão técnica (PIB baixo e inflação alta) faz com que o consumidor pise no freio. É quando o mecanismo se inverte e, com menos demanda, os preços se acomodam.
EMPREGO
A economia já não vive mais uma situação de pleno emprego. Com o consumo em queda e a alta competitividade de produtos da China, a indústria é a principal atingida e já demonstra isso com a baixa produção apontada pelo recuo do PIB nacional.
“Estamos num processo de deterioração da economia e perda de produtividade da indústria. As contratações já estão em processo de desaceleração. Sem dinheiro para investimentos, o quadro só piora e, num longo prazo, isso pode se traduzir em redução de empregos”, alerta Paranaíba.
Para o trabalhador formal, isso significa que não é hora de correr riscos. Quem não se qualificou até agora, certamente terá maior dificuldade de se recolocar no mercado, caso precise competir com outros candidatos. “Ele não deve perder de vista a continuidade de sua capacitação”, diz Faganelo.
SALÁRIO
A falta de crescimento econômico, sem dúvida, dificultará a negociação de melhores remunerações por parte da maioria das categorias. A reposição salarial, a partir dos dissídios coletivos, deve ser igual ou inferior ao índice de inflação. “A partir de agora, os acertos não devem ter ganho real”, explica Faganelo.
DÍVIDAS
O índice de endividamento está num patamar tão elevado que já compromete o próprio consumo. Nesse momento, o melhor é evitar ao máximo adquirir novas dívidas, principalmente porque os juros estão subindo. “Hoje, não é mais barato pegar crédito”, frisa Paranaíba.
Maus resultados são mais brandos em Goiás
(LB)30 de agosto de 2014 (sábado)
Centrado principalmente no agronegócio, Goiás se beneficia do único setor que segurou a economia do País nos últimos meses: a agropecuária. Com os preços das commodities em alta no mercado internacional, a balança comercial é favorecida. Com isso, os efeitos dessa recessão técnica chegam ao Estado de forma mais branda. Não é por acaso que os indicadores de emprego, produção e até endividamento são melhores na economia goiana, em comparação à média nacional.
Para Maurício Faganelo, esse bom cenário externo agrícola deve perdurar até o final do ano, o que, associado à alta produtividade no Estado (vide resultado de Rio Verde, que figura entre os maiores resultados agrícolas do País), deve ajudar os resultados em Goiás.
MUDANÇA
Por outro lado, Adriano Paranaíba alerta para uma possível mudança neste quadro nos próximos anos, com a retomada do crescimento da economia norte-americana, que também é fortemente influenciada pelo agronegócio.
Com a recuperação dos EUA (cresceu mais de 4% neste segundo trimestre), não existe mais uma situação de supervantagem brasileira, que passa a ter uma forte competição no fornecimento de alimentos para o mundo.
Os investimentos depositados no País também começam a retornar ao mercado norte-americano, reduzindo o fluxo de dólar e, consequentemente, de investimentos no Brasil.
INDÚSTRIAS
Para Paranaíba, a vantagem para Goiás num cenário de crise pode ser o recebimento de indústrias que sairão do Sudeste em busca de menores custos. “Em Goiás, eles encontram mão de obra barata e uma localização privilegiada. Será um movimento parecido com o da década de 80”, analisa. Nesse sentido, acrescenta Faganelo, a Ferrovia Norte-Sul será um grande fator de atração de empresas e investimentos e impulsionará uma possível mudança na matriz de transportes.
“Também vejo como muito positivo o empreendedorismo goiano, principalmente nos setor de comércio e serviços. Possivelmente, será uma grande parte da sustentação da economia local”, frisa Faganelo.
19 de março de 2014
O Impacto do Câmbio no Agronegócio” – O Dilema do “Vai-Não-Vai
Com a força de nosso agronegócio sendo cada vez mais protagonista e no
mercado internacional, principalmente nos complexos grãos e carnes, o impacto
do dólar americano nos negócios locais se torna cada vez maior.
O câmbio nada mais é do que o sentido da palavra que origina, do
espanhol ‘cambiar’, que significa mudança, ou seja: mudar a moeda que esta
mercadoria é comercializada em um país, pela moeda do país que se destina. O
que ocorre é que algumas moedas são mais valorizadas que outras, alterando
assim, o fator de conversão. Se forem necessários dois reais e trinta centavos
para trocá-los em um dólar, o preço da mercadoria se for US$ 10.00, será, em
reais, R$ 23,00.
Compreender estas variações e quanto isso pode impactar seu negócio é
mais do que mandatório para quem atua no agronegócio. Mais importante ainda é
como podemos nos proteger dessas variações cambiais.
IMPACTO PARA QUEM IMPORTA
Para quem compra insumos agrícolas (fertilizantes, defensivos e
sementes), vê a dependência do mercado externo muito fortemente nos preços
pagos no mercado local. Toda vez que temos uma desvalorização do real face ao dólar
há um repasse de preços para o produtor. Quando o contrário acontece, a redução
nos preços é bem menor comparado aos momentos de aumento. Sendo assim o
produtor se vê em uma “sinuca de bico” que corroe os custos de produção. Quando
falamos de máquinas e implementos, o repasse ainda é maior, pois além da variação
cambial existe o valor do aço e do minério no mercado internacional.
Para se ter uma idéia do tamanho da exposição do produtor a esses
insumos agrícolas importados, mais de 60% dos fertilizantes que consumimos no
Brasil vem do exterior, contra 40% provenientes do mercado interno. E quando o
produto é de fora, é necessária a troca de reais por dólares para a efetivação
dessa importação. O intervalo entre a encomenda desse insumo e a execução do
preço efetivo da mercadoria pago pelo produtor é de aproximadamente 45 dias,
grande parte em função da logística. Em momentos de variação cambial forte e
incertezas no mercado internacional, somente a variação cambial nesse período,
pode chegar a 10% a mais pago produtor em cada negócio. É um risco importante e
que afeta diretamente a rentabilidade do empresário rural.
Mas essa variação no câmbio pode ser ainda maior, considerando o fato
que muitos produtores adquirem seus produtos no sistema de trocas (recebendo
fertilizante e pagando em sacas soja, por exemplo), podendo aumentar ainda mais
a variação, pois o momento da compra dos insumos e da realização da venda da
soja são muito distantes.
Há outro fator que pode aumentar os custos, pois as operações que
envolvem a importação de produtos, toda a formação de preços é balizada pelo
dólar americano como, por exemplo, os custos do petróleo e do frete internacional,
além dos custos portuários.
Portanto, para quem compra insumos externos, compreender estas variações
e avaliar mecanismos para reduzir esses riscos é mandatório para o empresário
do agronegócio que não parou no tempo.
IMPACTO PARA QUEM EXPORTA
Para quem vende commodities agrícolas a “aflição” é ainda maior. O
empresário do agronegócio deve considerar sempre três variáveis para compor seu
preço no mercado local:
1,.) O preço da commoditie no mercado internacional (leia-se Bolsa de
Chicago, ou CBOT, Chicago Board of Trade)”:
Os preços no mercado internacional são muito
influenciados pelas relações de oferta e demanda desses produtos no mercado
internacional, onde podemos salientar as variações climáticas e o controle de
pragas do lado da oferta e do lado da demanda o impacto de grandes mercados
compradores, como China por exemplo.
2.) O frete médio entre a sua região e os principais portos brasileiros
(Santos e Paranaguá, no caso do complexo grãos).
Já os fretes no mercado interno sofrem
principalmente o impacto dos preços dos combustíveis no mercado interno, sendo
essa variável monitorada pelo governo brasileiro por intermédio da Petrobrás
que monopoliza a distribuição dos combustíveis no Brasil. Um impacto no aumento
de combustíveis no mercado interno gera um aumento direto na inflação. Por isso
essa ingerência direta do governo nesse setor.
3.) A relação entre o Real
Brasileiro e o Dólar Americano
O valor do dólar americano e sua relação com a
nossa moeda é dada pela taxa de cambio nominal, que é o resultado das
negociações da moeda americana na BM&F (Bolsa de Mercadorias e Futuros) diariamente.
Na BM&F é onde todo fluxo de moedas relacionadas aos contratos de
mercadorias em moeda estrageira são realizados, portanto é onde há o melhor
equilíbrio entre a necessidade de moeda americana e de moeda nacional.
O Banco Central pode interferir nos negócios
comprando ou vendendo reais e dólares quando achar conveniênte, pois possui um
volume importante de dólares em reserva (aproximadamente USD 375 bilhões) e é o
guardião do real brasileiro, podendo emitir a quantidade de moeda que achar
necessário para equilibrar os mercados. Portanto é função do Banco Central
evitar as grandes variações cambiais, mas não é papel dele direcionar os
mercados. Portanto temos uma linha muito tênue entre regulação e intervenção.
Dito o acima, o empresário do agronegócio deve avaliar com cuidado o
preço da commoditie que ele produz e a relação real versus dólar, ambos com o mesmo peso e importância.
Em determinados momentos em nossa economia pudemos constatar que a queda
na cotação da soja pôde ser aliviada por uma forte desvalorização da moeda
brasileira, fazendo com que nossos produtos se tornassem mais atrativos no
mercado internacional. Quando o Dólar estava desvalorizado e a soja com
cotações altas no mercado internacional pôde se verificar uma grande realização
de lucros por parte do produtor brasileiro. Era o melhor dos cenários. O pior
também já ocorreu, com real valorizado e preços baixos das commódities.
Esses fatores externos (ou exógenos), que não estão sob domínio ou
gestão do produtor, que podem influenciar seu negócio. Desejar que o real se
desvalorize para ele vender melhor, pode ser um erro, pois ele irá pagar mais
caro nos insumos que ele compra. Desejar um real caro, pode fazer com que ele
perca competividade no mercado internacional. Portanto um câmbio equilibrado,
com variações diárias pequenas, é o melhor dos cenários para o agronegócio. O
pior cenário são as variações malucas dadas pelo humor dos mercados
internacionais. No médio prazo os ajustes são inevitáveis no mercado cambial,
ou naturalmente pelas forças de mercado, ou via intervenção do Banco Central.
COMO SE PROTEGER ?
Hoje o produtor pode contar com uma série de profissionais que podem
ajudá lo na consulta sobre as perspectivas e que produtos financeiros pode
utilizar. Entendo que a proteção contra os riscos de mercado (preço da
mercadoria) e cambiais (moedas) só pode se dar por meio dos mercados de
derivativos.
Seguros e operações de hedge, são frequentemente utilizadas pelos
grandes grupos produtores, e há uma grande parte de médios e pequenos
produtores que não entram nesses mecanismos de proteção pois não entendem como
funciona esse processo e o quanto pode ser seguro. É importante também citar
que essa flutuação cambial é algo que ocorre efetivamente desde 2001 e por ser
algo “relativamente novo” demanda uma processo de formação e compreensão por
parte dos produtores.
Caro amigo e amiga, não se sinta incomodado caso não conhecer estas operações, busque um
economista ou operador do mercado financeiro para lhe ajudar nesse processo.
Entender de economia é tão importante quanto sua busca por excelência dentro da
porteira. Busque minimizar seus riscos externos, tanto quanto você busca
melhorar seu desempenho em produção.
Mauricio Faganelo*
Adriano Paranaíba**
*Economista pela PUC-SP, MBA em Marketing pela ESPM-SP, Mestrando em
Planejamento e Desenvovimento Territorial pela PUC-GO. É professor de cursos de
pós graduação da FAR e Fac. Objetivo. Foi professor do IF Goiano, PUC-SP e
UNINOVE-SP. Diretor da Moka21 Consultoria Empresarial, atua como consultor
empresarial de empresas do Agronegócio, Indústrias, Comércio e Setor Público.
**Economista, Mestre em Agronegócio pela UFG, Doutorando em Logística
pela UNB, Ex presidente do Instituto Pró Economia. É Professor do Instituto
Federal de Goiás.
5 de setembro de 2013
Programa Economia e Negócios #5 - O papo é sobre Empreendedorismo
Confira o programa na íntegra
É só clicar
Dá seus pulos, sempre empreendendo !!!
abs
MF
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abs
MF
18 de agosto de 2013
Programa Economia e Negócios #4 - Entrevista Econ. Edilson Aguiais
O programa 4 está especial, com a participação do Prof. Edilson Aguiais da PUC-GO.
No papo, falamos de:
- Dólar em Alta e seus impactos
- Perícias Econômico Financeiras
- Linhas de Financiamento a Empresas da Goiás Fomento
é só clicar:
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=XoHdwBpuDlY
Dá seus pulos
abs
MF
No papo, falamos de:
- Dólar em Alta e seus impactos
- Perícias Econômico Financeiras
- Linhas de Financiamento a Empresas da Goiás Fomento
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http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=XoHdwBpuDlY
Dá seus pulos
abs
MF
16 de agosto de 2013
Programa #3 - Economia e Negócios - Como organizar o orçamento familiar !!
Como presente ao Dia do Economista, o programa #3 foi uma apresentação que faço sobre Finanças Pessoais - Como organizar o orçamento familiar !!!
Espero que usem esse conhecimento de maneira sábia.
É só clicar no vídeo abaixo !!!
Um abraço e dê seus pulos
MF
Espero que usem esse conhecimento de maneira sábia.
É só clicar no vídeo abaixo !!!
Um abraço e dê seus pulos
MF
14 de agosto de 2013
Economia e Negócios #2 - 02/08/2013 - com Mauricio Faganelo
Programa #2 do Economia e Negócios da WEBTV do INPEB
Falo sobre as principais notícias da semana e....
Uma análise detalhada do IDHM com foco nos dados de Goiás e Rio Verde
Falo sobre as principais notícias da semana e....
Uma análise detalhada do IDHM com foco nos dados de Goiás e Rio Verde
7 de agosto de 2013
Mauricio Faganelo e Moka21 Consultores no O Popular de hoje falando sobre Inflação
Inflação de Goiânia cai ao menor nível em dez anos
Índice de julho fechou em -0,58%, puxado pela redução dos alimentos, tarifas de ônibus urbano e de água
Lídia Borges07 de agosto de 2013 (quarta-feira)
A inflação deu mais uma trégua para o bolso do goianiense e recuou pelo segundo mês consecutivo, a ponto de alcançar o menor nível mensal dos últimos dez anos. Três fatores de peso para o orçamento das famílias fizeram com que o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de Goiânia caísse 0,58% em julho: redução dos valores de alimentos (-1,14%), da passagem de ônibus urbano (-4,26%) e da tarifa de água e esgoto (-2,05%). Desde junho de 2003, quando a variação foi de -1,19%, a capital não tinha um patamar inflacionário tão baixo.
Os índices negativos registrados nos últimos dois meses (em junho, foi de -0,09%), juntamente com o desaquecimento de preços em abril e maio deste ano, na comparação com o ano passado, provocaram uma desaceleração do IPC em 2013. A inflação atual, registrada de janeiro a julho, é de 2,94%, enquanto no mesmo período do ano passado, os preços acumulavam uma alta de 4,87%. Este cenário, por si só, já abre um sinal de esperança de que o custo de vida este ano seja menor do que os 9,63% de 2012.
Essa possibilidade é baseada nos indicadores para o segundo semestre. Segundo a chefe de Gabinete de Gestão do Instituto Mauro Borges (IMB), Lillian Maria Silva Prado, como a tendência é de que os preços de alimentos fiquem mais estáveis nos próximos meses e como não há reajuste de tarifas de serviços essenciais previsto até o final do ano, a inflação deve arrefecer.
Mas esta não é uma certeza para o economista e professor do Instituto Federal Goiano (IFG) Maurício Faganelo, da Moka21 Consultores Associados. Conforme o especialista, a estabilidade de preços deve durar apenas até outubro. A partir de então, a economia deve voltar a se aquecida com a volta da população ao consumo, já de olho nas festas de fim de ano e no pagamento do 13º salário, cuja primeira parcela começa a ser paga na maioria das empresas privadas em novembro.
“Até lá, a inflação deve variar num patamar entre -0,4% e +0,3%. Mas, depois disso, o índice sobe, por conta do aumento do consumo de final de ano e acredito que feche 2013 muito próximo do registrado no ano passado (9,63%). No Brasil, a inflação já está muito próxima do teto da meta do governo e, no ano, deve ficar acima desse teto. Goiânia também deve acompanhar isso”, analisa. O aumento da alíquota do óleo diesel também deve impactar a inflação a partir deste mês, já que o combustível alimenta toda uma cadeia, no escoamento de produção e transporte de produtos.
CENÁRIO
A redução de 1,14% no custo médio da alimentação em Goiânia foi o que mais contribuiu para que a inflação ficasse reduzida em julho. Tanto o tomate quanto o feijão carioca, que figuraram durante vários meses como vilões do aumento do custo de vida, desta vez, foram grandes responsáveis pelo recuo (-48,87% e -5,88%, respectivamente). “Hortaliças, tubérculos e frutas em geral tiveram variações negativas em função da melhor oferta de produtos. Esta curva da alimentação é cíclica, em função da sazonalidade. Termina o período chuvoso, aumenta a produção e diminuem os preços”, explica o economista Marcelo Eurico de Sousa, gerente de Pesquisas Sistemáticas e Especiais do IMB.
No caso da habitação, que diminuiu 0,28%, a causa foi o recuo da conta de água e esgoto em 2,05%. Essa alteração foi possível porque os gastos com energia elétrica da Saneago ficaram menores após o barateamento da tarifa de luz promovida pelo governo federal. A companhia, na verdade, está apenas retirando parte do reajuste extra que havia feito em dezembro, sob a justificativa de que estava repassando o aumento de gastos com o custo de energia, que então havia subido.
No grupo de Transportes, a redução foi ainda mais expressiva (-2,19%). Neste caso, contou o impacto do recuo no preço da passagem de ônibus urbano (-4,26%), que havia sido reajustada para R$ 3 e voltou a ser R$ 2,70. “Mas esse é um fenômeno que está acontecendo no Brasil todo”, frisa Mauricio Faganelo. Também foram reduzidos em julho os preços do etanol (-1,61%), gasolina comum (-0,36%) e óleo diesel (-0,43%).
CESTA BÁSICA
O barateamento dos alimentos em Goiânia impactaram diretamente o preço da cesta básica calculada pelo IMB. De junho para julho, o conjunto de produtos baixou R$ 8,20 e passou a custar R$ 242,49 (queda de 3,27%). Com esse resultado, a cesta voltou ao mesmo patamar de janeiro. Em maio, a cesta básica alcançou o maior valor histórico (R$ 256,08).
4 de agosto de 2013
Rio Verde maior e melhor - Será que é possível ?! Eu acho que sim, mas não tá fácil
Meu
amigo, Economista e Conselheiro do CORECON-GO Everaldo Leite me pediu para
escrever algo sobre o crescimento sustentável das cidades médias.
Escrevi
para ele, mas resolvi colocar isso no blog, pois acho que esse é o meu recado
para a cidade que me recebeu com muito carinho.
Nesse
5 de Agosto é o 165º aniversário da cidade e ano passado escrevi um artigo
publicado no Jornal News, estou fazendo o mesmo agora. Me sinto abraçado por
todos e quero poder retribuir de alguma forma.
Vamos
aos fatos:
Desde
que comecei a olhar os números divulgados essa semana do IDHM – Indice de
Desenvolvimento Humano dos Municípios divulgado pelo IPEA, alguns pontos me
chamaram a atenção.
Rio
Verde passa por um "apagão" de mão de obra qualificada.
E
isso não é culpa de um ou outro governo. É uma situação caracteristica de
cidades que crescem muito rápido e não conseguem resolver todos os problemas que
surgem.
Pensando
em Economia Sustentável... sem o viés do Ambiental, mas pensando naquela
economia que se sustente intertemporalmente, o fator que pode somente atingido
se dermos maior atenção ao fator EDUCAÇÃO.
Em
RV o índice de desemprego é muito pequeno, mas ainda a formação educacional é
muito ruim.
O
número de pessoas acima de 18 anos sem ensino fundamental completo e com
ocupação informal é de 30,29%, que considero alto para uma cidade que precisa
crescer e atender as empresas que se expandem num ritmo forte.
Na
linha dos que passaram a "rebentação da maré" que é o que chamo o
ensino fundaental e médio até "surfarem" no ensino superior é mais assustador
ainda... somente 15,35% dos jovens de 18 a 24 anos cursam o ensino superior.
Para
uma cidade que busca se desenvolver e crescer, se faz cada vez mais necessário
um número muito maior de estudantes na universidade.
Não
há inovação nas empresas e nos negócios sem pessoas. Esse é o combustível
fundamental.
A
rotatividade de pessoas que trabalham no comércio é muito alta.
As
empresas precisam investir muito em formação, mas muitas vezes isso não
corresponde em resultados no curto/médio prazo.
De
fato, o crescimento de Rio Verde é algo muito importante, e a consolidação
desse crescimento é o desafio que temos agora em diante.
Há,
um epidemia das drogas e corroem os jovens e suas famílias. Essa mesma condição
que os faz entrarem para a criminalidade e elevarem os índices de motalidade
entre os jovens da mesma faixa que citei acima.
Deve
haver uma rede de proteção social, não somente via patrocinio de instituiçoes
pelas prefeituras, estado e governo federal, mas deve existir uma ação
integrada, tendo como base os adolescentes apartir dos 12-13, até os 17 anos.
Essa integração deve contem setor público, escolas, universidades, escolas de
formação técnica, empresas de treinamento e desenvolvimento de pessoas, Associações
comerciais, CDL’s e as empresas que irão se abastecer dessa mão de obra
Para
os jovens acima dos 18, deve haver uma maior expansão dos programa de formação
de pessoas eliminando as deficiencias da
formação educacional até agora, e ajustando esse jovem para um mercado
profissional cada vez mais competitivo.
Há
uma grande empresa de Rio Verde que busca há mais de 3 meses a contratação de
uma vaga em desenho de processos de negócio e não encontra esse profissional no
mercado.
Uma
simples vaga de um assistente / analista, que é fundamental não há ninguém que
tenha essas habilidades.
Não
adianta criticar, tem que dar sugestões para a melhoria.
É
assim que dou meus pulos para fazer a cidade de Rio Verde um lugar melhor
(ainda) para se viver.
Dê seus pulos também.
MF
31 de julho de 2013
Economia e Negócios #1 - 27/07/2013 - com Mauricio Faganelo - Entrevistado: Prof. Adriano Paranaíba
Segue o programa #1 do Economia e Negócios:
Convidado: Prof. Adriano Paranaíba
Dá seus pulos
MF
Convidado: Prof. Adriano Paranaíba
Dá seus pulos
MF
23 de julho de 2013
20 de julho de 2013
Programa Reflexões - Entrevista com Mauricio Faganelo - Espionagem Empresarial
Segue o papo que tive na WEB TV do INPEB com o Prof. Claudio Bráz
1 hora e 20 minutos falando sobre Espionagem Empresarial.
Varios casos e causos:
Divirtam-se
e Dá seus pulos !!!!
1 hora e 20 minutos falando sobre Espionagem Empresarial.
Varios casos e causos:
Divirtam-se
e Dá seus pulos !!!!
9 de julho de 2013
NOTAS FINAIS DO SEMESTRE POR DISCIPLINA / TURMA / CURSO
Clique na sua turma e veja sua nota.
Não serão respondidas questões por facebook.
Notas estarão lançadas no Q-Acadêmico (sistema novo) até sexta - dia 12
Boas Férias a todos E DÁ SEUS PULOS !!!!
MF
24 de maio de 2013
Carta a um empresário Rioverdense: A Classe Média, Automóveis e os Estudantes Universitários
O Empresário brasileiro, seja em Rio Verde, Oiapoque, Chuí, Rio Branco ou Natal, sofre o mesmo dilema no seu dia a dia: Conduzir sua empresa num ambiente de mercado cheio de incertezas, tendo que administrar o risco e o erro. O Governo em grande parte das vezes não ajuda, mantendo uma carga de impostos alta e uma qualidade de serviços prestados sofríveis.
Você talvez deve ter ouvido falar que o Brasil é uma BELÍNDIA: Carga Tributária Alta como na Bélgica e qualidade de serviços prestados pelo governo como na Índia. Pois é meu amigo e minha amiga, em relação a isso não conseguimos vislumbrar mudanças no curto e médio prazo, então o jeito é administrar sua empresa de forma em que seja possível calcular os riscos de uma forma inteligente e que traga resultados positivos.
Uma maneira de avaliar estes riscos é conhecendo o mercado onde sua empresa atua.
Eu sei, você já conhece seu mercado, e quem sou eu para meter o dedo no seu negócio. Mas há fatores comuns que existem em uma economia que podem ajudar você, que toca seu negócio com o maior sufoco e dedicação, a estar na frente e se antecipar ao censo comum. Como um empresário do mercado imobiliário de Rio Verde me disse: “Quem chega primeiro na fonte, bebe a água mais pura”. Saber sobre o que acontece a sua volta é mais do que fundamental.
Para quem nunca soube, ou tem não idéia desses números, segundo a Moka21Consultoria de Rio Verde, a Nova Classe Média representa 62,2% da população rioverdense, de acordo com Censo IBGE 2010. No Brasil, este índice chegou a aproximadamente 53% em 2012, segundo a pesquisa Pyxis/IBOPE. É uma diferença importante a realidade que vivemos em Rio Verde e do resto do país. Ou seja, um mercadão que merece ser explorado cada vez mais. Basta dar uma voltinha no Bairro Popular para comprovar essa tese.
Outro fato que também preocupa que trabalha com comércio é a inadimplência. Para essa matéria fui buscar a última pesquisa do BACEN, e a inadimplência do crédito ao consumidor praticamente se manteve em 5,3%, mesmo nível dos últimos 3 meses. A inadimplencia das empresas está em 2,3%, também estável. Meno male, como diria minha avó. O que assusta mais, é que quase de 65% das famílias brasileiras está endividada, inclusive a rioverdense.
Bom, no saldo final a situação é a seguinte: as famílias estão conseguindo pagar a conta, mas comprar mais a prazo ainda é um problema. Sugestão: Porque não uma promoção para pagamento a vista ? Aumenta seu caixa e evita a inadimplência.
O TRANSITO DIZ MAIS SOBRE A ECONOMIA DO QUE VOCÊ IMAGINA
Voltando ao passado, o que fez com que muita gente passasse para a Nova Classe Média, foi transferência da renda do agronegócio para o setor de consumo. Isso gerou e tem gerado uma maior atividade no comércio, ainda que tímida em alguns setores, mas consistente em sua grande maioria. O número de novos negócios desde 2009 em nossa cidade teve um crescimento exponencial, muitos novos empregos foram gerados.
Para se ter uma idéia, desse nível de renda alto, um indicador basta: Em Rio Verde temos registrados 106.427 veículos automotores, para uma população residente de 186.465 pessoas. São 1,74 habitantes por veículo. Na cidade de São Paulo que conta com a maior de veículos automotores do Brasil, essa relação é de 1,64. Assustador não é ! O mercado rioverdense de autopeças agradece. Mais carro na rua é sinal de mais gente com dinheiro no bolso, para gastar com suas necessidades do dia a dia. Aproveite a localização do seu ponto comercial e faça disso um ponto ao seu favor.
Outro número surpreendente é o crescimento do setor de serviços em Rio Verde de 1999 a 2010, de 13% ao ano, muito superior a média nacional. O setor de serviços rioverdense se manteve de 2005 a 2010 como o 5º maior do Estado de Goiás.
O OUTRO LADO DA MOEDA
Para que esse crescimento se mantenha, se faz necessário uma atenção especial a fatores que vão além do capital físico (instalação, máquinas e equipamentos). É fundamental avançarmos em pontos que entendo como primordiais: as idéias, as instituições e o capital humano.
Vou falar somente sobre capital humano nesse texto, pois é nesse ponto que mais afeta o empresário local.
De toda a População Economicamente Ativa em Rio Verde, 94% está ocupada em postos de trabalho formais e informais. Essa plena atividade de uma economia em crescimento constante faz com que o Empresário sofra com a falta de gente qualificada. É muito difícil manter um colaborador em uma mesma empresa por um período de pelo menos 2 anos.
Mais de 1700 pessoas hoje estudam em escolas registradas pelo MEC que oferecem cursos técnico profissionais, recorde histórico. Há um sem número de escolas profissionalizantes oferecendo cursos de formação e aperfeiçoamento profissional. De fato é algo importante, mas insuficiente. Hoje temos 35% MENOS de alunos em curso superior do que tinhamos em 2005. Mesmo com uma oferta de cursos superiores de 2 anos de duração, temos um número menor de alunos na universidade. Péssimo para nossa cidade no médio/longo prazo.
Minha pergunta é: Quem vai coordenar toda essa mão de obra técnica que está sendo formada ?
Para quem acha que um curso superior não é importante, e entende que acha que só porque tivemos um presidente que não tinha curso superior, não fará diferença na vida, vai minha resposta.
Uma pesquisa divulgada em 24 de Maio último pelo Cadastro Central de Empresas do IBGE, que analisou 5,1 milhões de empresas brasileiras em 2011 chegou ao seguinte número:
- 82,9% dos assalariados no Brasil não tinham ensino superior. O salário médio deles era de R$ 1.294,70.
- os 17,1% que tinham curso superior ganhavam 219,4% a mais. Ou seja, um salário médio de R$ 4.135,06
E aí ? Vai estudar ou não ?
Caro amigo empresário, sem mão de obra qualificada, sua empresa não consegue a eficiência que você deseja. Pense melhor na hora de treinar ou não seu funcionário. Compreenda que este investimento vai melhorar os resultados de sua empresa e seu funcionário ficará feliz pois vê que você o valoriza.
Quem tem mais a ganhar é você !!!
Eu vou dando meus pulos por aqui.
13 de maio de 2013
O próximo nível de desenvolvimento
Entrevista que dei para a Revista INFORME COMIGO, da Coop. dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano.
Por: Bruno Kamogawa
Por: Bruno Kamogawa
O economista Maurício Faganelo*, em entrevista à revista INFORME COMIGO, diz que a evolução do agronegócio em Goiás trouxe o crescimento econômico a diversos municípios e a cidade de Rio Verde é um exemplo deste processo impulsionado pelo cultivo de grãos, instalação de agroindústrias, armazéns e outras empresas. Contudo, defende que a atividade precisa se fortalecer e investir no desenvolvimento de polos tecnológicos voltados ao setor.
*Bacharel em economia pela PUC-SP; MBA em Marketing pela Escola Superior de Propaganda e Marketing – ESPM/SP; Consultor Empresarial, Professor de Economia, Mercado de Capitais e Gestão de Negócios do Instituto Federal Goiano – IF Goiano, Campus Rio Verde, e Delegado do Conselho Regional de Economia de Goiás – CORECON.
INFORME COMIGO - Qual a visão que os centros urbanos têm sobre o agronegócio?
MAURÍCIO FAGANELO: Segundo pesquisa realizada pelo Núcleo de Estudos do Agronegócio da Escola Superior de Propaganda e Marketing – ESPM, a conclusão geral é que a população urbana entende que as atividades realizadas no campo são fundamentais para o fornecimento de alimentos e matérias-primas. Contudo, uma parcela ainda não está interessada em saber como as mesmas se desenvolvem para oferecer o produto que chega as suas mesas. Antes, o comprador não queria conhecer a origem do produto. Entretanto, essa concepção está mudando. Agora, uma parte dos consumidores quer saber mais detalhes deste processo e até mesmo por onde passou aquele produto. Essa preocupação começou a importar a partir do momento em que a qualidade e fatores externos relacionados ao produto ganharam grande relevância no desenvolvimento do mesmo no mercado. Este fenômeno atingiu todas as cadeias econômicas, principalmente de itens industrializados. Atualmente, se uma pessoa compra uma lata de molho de tomate, ela quer saber o padrão de qualidade adotado na seleção dos tomates no campo, se foi usado agrotóxico ou não. Por essa razão, grandes redes de fast food adotam essa política de apresentar ao público as etapas de seu processo produtivo. Neste contexto, podemos citar o McDonalds que teve um marketing extremamente negativo por conta do documentário “Super Size Me”, de Morgan Spurlock. Ele mesmo passou um mês comendo apenas esse tipo de alimento pra provar o quanto fazia mal. Foi ao médico e recebeu o diagnóstico de que se não parasse teria sérios problemas de saúde. Isso mostra a preocupação da população com o produto final. Assim, a empresa produziu vários comerciais para mostrar como suas matérias-primas eram produzidas.
IC – E quanto à relevância econômica da atividade para o país?
FAGANELO: Agricultura e pecuária exercem um significativo impacto na economia brasileira, principalmente nas regiões produtoras. De acordo com o Instituto Mauro Borges, Rio Verde, por exemplo, apresentou uma balança comercial recorde em 2011, além de duplicar suas exportações em relação a 2010. Para a região, a instalação de indústrias relacionadas direta ou indiretamente ao agronegócio trouxe desenvolvimento econômico, sendo a COMIGO, a primeira responsável por essa transformação. Hoje, tornou-se a maior Cooperativa do Norte e Centro–Oeste do país, sendo listada no ranking nacional das melhores empresas. Em outro momento, com a chegada da Perdigão, hoje BR Foods, visualizou-se o segundo “boom” da economia. Ela gerou empregos e movimentou a economia, ajudando na criação de uma nova classe média, principalmente composta de pequenos granjeiros e fornecedores de produtos e serviços para o setor. Assim, a produção agropecuária e os produtos industrializados derivados da mesma atendem ao mercado interno e seu excedente, ao mercado externo, fato que traz muitas divisas e lucratividade.
IC – Isso impacta a economia local e regional?
FAGANELO: Sim, vemos o impacto em atividades no setor de bens duráveis e serviços. Uma concessionária de carro, por exemplo. O produtor rural, depois de comercializar sua safra, pode trocar ou adquirir um veículo. Este fato gera renda, impostos, tributos e empregos, além de uma expansão do setor. A renda do agronegócio cresceu muito nos últimos 10 anos de forma exponencial, e os pequenos e médios produtores melhoraram seus proventos substancialmente. Pesquisas recentes publicadas pelo Centro de Pesquisas Sociais da Fundação Getúlio Vargas comprovaram o que vemos no nosso dia a dia. Quem antes era da classe D, hoje é classe C e consegue oferecer uma melhor qualidade de vida para sua família, adquirindo mais produtos e serviços. Não se pode esquecer o crédito facilitado e os programas de financiamento à agricultura familiar que o governo promoveu como mola propulsora para esse desenvolvimento. O comércio de Rio Verde está fortemente atrelado ao agronegócio, com uma sazonalidade diferente de centros urbanos como Goiânia, que segue o calendário comercial das grandes metrópoles. Nós temos dois momentos importantes para a economia local, com a colheita da safra e safrinha, os quais são acompanhados pelo crescimento do consumo de bens duráveis e serviços diversos. São realidades diferentes em um mercado crescente.
IC – O desenvolvimento atribuído ao agronegócio enfrenta quais obstáculos?
FAGANELO: O crescimento econômico proporcionou oportunidades de desenvolvimento de empresas como a COMIGO, que teve origem na gesão da propriedade rural familiar e avançou para um processo de gestão profissionalizada, sendo esse processo responsável pela sua expansão e sucesso. Entretanto, essa metodologia não foi assimilada por todos os segmentos da economia e a Cooperativa se viu obrigada a buscar produtos e serviços em outras cidades ou estados. Em momento posterior, a instalação da Perdigão gerou outra cadeia produtiva que trouxe novas empresas interessadas em atender as necessidades deste complexo industrial, mas ainda sem supri-las de forma completa. Esse problema pode ser atribuído ao fato de que Rio Verde é classificada como uma cidade de porte médio e com grande potencial, contudo, ainda enfrenta problemas relacionados a uma postura de cidade pequena, o que pode atrapalhar o desenvolvimento. Ela possui aproximadamente 200 mil habitantes, com uma população flutuante de 10 mil pessoas por dia, mas ainda não oferece serviços com a qualidade e rapidez necessárias. As cidades de Taubaté e Santo André (SP) passaram por um processo parecido com a instalação de uma indústria automobilística (Volkswagen), que trouxe uma série de outras empresas inseridas na produção e montagem de veículos. Chamamos isso de arranjo produtivo local, empresas que dão suporte à indústria, constituindo um grande complexo industrial.
IC – A falta de mão de obra qualificada atrapalha esse desenvolvimento?
FAGANELO: Sim, cria um gargalo ao desenvolvimento e Rio Verde enfrenta esse problema no momento. Temos profissionais que saem bem preparados da universidade, mas apenas com formação acadêmica, e pouca ou nenhuma experiência profissional. No setor de serviços, verificarmos isso claramente pela baixa qualidade no atendimento e alta rotatividade no comércio, o que gera custos para o empresário. Esse processo limita a expansão do setor e reduz sua lucratividade. Um fato comum para o rio-verdense, mas que gera surpresa para quem veio de fora como eu, é o uso de carros de som anunciando vagas de emprego. Isso não é um acontecimento normal no país e talvez seja até uma miopia do mercado local, que acha isso uma prática comum. Se isso acontece em São Paulo (capital) veríamos uma catarse coletiva.
IC – Existe uma solução para este quadro?
FAGANELO: Este problema não se resolve de uma hora para outra. Precisa-se investir na formação de profissionais qualificados e também proporcionar oportunidades destes profissionais atuarem no setor. Temos potencial para produzir talentos, sem a necessidade de importá-los. A questão é como valorizá-los. Temos condições de oferecer oportunidades aos profissionais aqui? Infelizmente, poucas empresas, como a COMIGO e a BR Foods, conseguem investir e manter seus talentos. Precisa-se criar uma mão de obra qualificada para alinharmos o setor secundário com o primário.
IC – O município atingiu um elevado patamar na cadeia produtiva do agronegócio, qual será o próximo passo?
FAGANELO: Investir no desenvolvimento de tecnologias e pesquisas voltadas para a nossa realidade, reduzindo a necessidade importar modelos prontos de outras regiões. Atualmente, contamos com instituições de ensino e órgãos governamentais como a Embrapa, e a participação da iniciativa privada; o que nos remete à necessidade de incentivar a criação de mais parcerias público-privadas com empresas e universidades. Não se pode fugir do nosso DNA agrícola, mas para sustentá-lo precisamos criar um polo tecnológico aqui, através da integração escola-empresa-governo. Essa iniciativa tem que partir do poder público, das empresas/indústrias e das universidades, pois somos deficientes em alguns pontos. Na universidade, posso constatar pouquíssimos projetos de iniciação científica voltados para o agronegócio. Muitos alunos nem mesmo sabem o que são derivativos agrícolas. Os produtores rurais devem se interessar pela formação técnica, na qual são muito eficientes, mas também pela gestão da cadeia produtiva de suas atividades. Os agropecuaristas são muito eficientes da porteira para dentro, já provaram isso com recordes de produtividade, mas ainda não estão acostumados a trabalhar com derivativos e mercado futuro, que podem otimizar os seus lucros. Isso se deve à insegurança do que é pouco conhecido e até mesmo desconhecido por alguns produtores. Outro ponto é a necessidade imediata da criação de um instituto de pesquisas econômicas aplicadas ao agronegócio, o que Goiás não tem. O Estado do Mato Grosso já conta este órgão que divulga pesquisas diárias sobre o setor, o que beneficia municípios como Rondonópolis, um dos nossos principais concorrentes na produção de grãos.
IC – O perfil das empresas relacionadas ao agronegócio está mudando?
FAGANELO: Em pesquisa que aponta as 10 maiores empresas globais relacionadas ao agronegócio, constatou-se que nove delas possuem escritórios ou representantes em Rio Verde. Grandes fundos de investimentos também já colocaram os dois pés na nossa região. Devido à presença de grandes produtores rurais e empresas locais voltadas ao agronegócio, como a COMIGO, o hectare de terras se valorizou, o que obrigou as multinacionais a analisar rentabilidades possíveis e arrendar propriedades por aqui. O que me preocupa é esse perfil de empresa que se utiliza capital estrangeiro, investe em uma gestão profissionalizada de produção por anos e retira o lucro para fora do município e também do país. Estes grandes grupos estão cada vez mais presentes e tem “bala” para investir, principalmente em uma região já desenvolvida para grãos (soja e milho) e nos municípios vizinhos com atividades mistas (pecuária e granjas). O setor financeiro está buscando melhores rentabilidades financeiras e o mercado agrícola está dentro deste radar. Cada vez mais veremos empresas com gestão profissionalizada e recebendo recursos de investidores, que antes ficavam somente no mercado financeiro. Cabe ao governo atrair novas empresas que queiram investir e se estabelecer em definitivo por aqui, e dispensar aventureiros e especuladores.
IC – Qual seria o impacto de uma eventual crise econômica no agronegócio?
FAGANELO: A integração da economia local com a principal atividade econômica trouxe muitos benefícios. No momento, o agronegócio está bem capitalizado e pode se manter por certo tempo. Porém, e se o setor produtivo pegar uma “gripezinha” ou mesmo como disse o ex-presidente Lula, enfrentar uma “marolinha” econômica? Já enfrentamos duas crises econômicas relacionadas ao agronegócio nos últimos 20 anos (1994 e 2001), com graves consequências para o desenvolvimento dos municípios, sendo o setor de serviços o bastante afetado. Se um produtor não tem dinheiro, ele não compra com tanta frequência no supermercado e o dono não contrata mais funcionários ou até mesmo reduz o seu quadro. O comércio diminui de tamanho e eleva-se o índice de desemprego. Não existe um remédio imediato, mas sim ações a médio e longo prazo como: aumentar a capacidade de industrialização do município; melhorar o gargalo logístico, que com a construção da ferrovia Norte-Sul será amenizado; investir na qualificação da mão de obra e na criação de um polo tecnológico do agronegócio. Rio Verde está em uma localização estratégica e se traçarmos uma linha de 1.300km ao redor do Sudoeste goiano e em torno de Goiás, podemos atingir 70% do mercado brasileiro. Se uma montadora de máquinas agrícolas se instala na cidade ela poderia aproveitar essa logística. Grandes centros surgiram começando pela atividade agrícola: São Paulo, Campinas, Ribeirão Preto, Uberlândia e, agora, Rio Verde. De acordo com o Prêmio Nobel em Economia, Paul Krugman, em sua teoria dos polos, as pequenas cidades são atraídas pelo desenvolvimento dos grandes centros urbanos. Anápolis, localizada entre dois grandes centros urbanos (Goiânia e Brasília), fornece produtos e serviços para as duas cidades. Aparecida de Goiânia também passou pelo mesmo processo. Piracicaba (SP) é outro exemplo. Passou por um processo semelhante há 30 anos, com parcerias entre a Escola Superior de Agronomia Luiz de Queiroz – ESALQ, e Embrapa no desenvolvimento de polos de pesquisa. Até mesmo a Bolsa de Mercadorias e Futuros – BM&F, bancou a construção do prédio de estudos de Economia Agrícola no campus da ESALQ nos anos 90. Hoje esse local possui a maior biblioteca em Economia Agrícola e Rural do país. Apartir destes exemplos, tenho convicção que conhecimento científico aplicado é o que mais gera riqueza no médio e longo prazo. No caso de Rio Verde, estamos na “porta” de todas as atividades relacionadas ao agronegócio, que se estendem por todo o Centro-Oeste brasileiro. Temos que partir para um nível acima no desenvolvimento e difusão de tecnologias voltadas ao setor e disso se aproveitar o Sudoeste goiano. Vale ressaltar que já temos capital, condições e pessoal suficiente para isso, falta resolvermos esses problemas para fortalecermos nossa base e evoluir para um novo patamar. Temos escolas prontas, alunos ávidos por novos conhecimentos e empresas qualificadas para receber esses profissionais.
IC – Neste processo, qual a relevância de uma agricultura familiar sólida?
FAGANELO: Fortalecer setores como a agricultura familiar também auxilia neste processo, a exemplo de Ibiúna (SP), uma pequena cidade que hoje é conhecida como a “horta” do paulistano, sendo grande produtora de hortaliças comercializadas em sua grande maioria na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo – CEAGESP. Assim, se reduz a necessidade de buscar alimentos de cidades mais distantes ou até mesmo de outros estados, sendo mais um incentivo ao crescimento da economia regional e local. No caso de culturas como a soja e o milho, a força do cooperativismo da COMIGO é um grande apoio ao pequeno produtor, garantindo custos mais competitivos e um grande apoio na gestão e na comercialização de seus produtos.
18 de fevereiro de 2013
O que esperar para 10 setores da economia brasileira em 2013
Contribuição do meu amigo Marçal Santos Jr.....
Após um ano de "pibinho", veja quais setores devem se recuperar em 2013.
O resultado oficial do produto interno bruto (PIB) de 2012 será divulgado apenas em março, mas as perspectivas indicam um crescimento muito baixo na economia brasileira, próximo a 1%.
Para 2013, o ano deve ser de leve recuperação, mas ainda longe de registrar uma expansão econômica robusta. Após várias quedas consecutivas nas expectativas, o Boletim Focus mais recente projeta uma alta de 3,08% no PIB deste ano.
Diante desse cenário, alguns setores acabam sendo os mais afetados. Outros, porém, conseguem ignorar o “pibinho” e apontam boas perspectivas para o ano.
Confira a seguir as projeções, oportunidades e desafios para dez setores da economia brasileira em 2013.
· Automóveis
No setor automotivo, os holofotes estão no fim da redução de IPI. “A tendência é o mercado ficar estagnado em relação a 2012, que foi um ano de muito crescimento”, disse Milad Kalume Neto, da consultoria Jato Dynamics, que prevê elevação de cerca de 2% nas vendas em 2013.
O número deve vir apesar do bom resultado de janeiro, quando as vendas foram recorde para o mês. Esse efeito, explica Neto, acontece pela venda de estoques.
A estimativa da Tendências Consultoria para as vendas de veículos leves em 2013 é de crescimento de 3,2%. A produção deve crescer 7,4%. A expectativa de aumento da produção maior que o das vendas deve-se, principalmente, a uma reposição de estoques, que diminuíram em 2012.
Outros fatores que devem contribuir são a demanda interna que segue aquecida, a melhora - mesmo que ligeira - nas exportações e a contínua redução das importações, segundo Rodrigo Baggi, analista de setor automotivo da Tendências Consultoria.
O efeito do fim da redução do IPI vai se acomodar ao longo do ano, segundo Baggi. “O fator de risco do ponto de vista da demanda das vendas, se existe, está na parte de crédito [com forte inadimplência durante 2012]. Mas acreditamos que isso pode não atrapalhar”, disse.
Já no campo dos comerciais pesados, há a expectativa de um crescimento de 15% em relação a 2012, segundo Neto. “O segmento é beneficiado pela comparação com 2012, um ano perdido” afirmou. No ano passado, o segmento sofreu com as vendas antecipadas no final de 2011 e com a adoção da Norma Euro 5 (determinação de redução na emissão de poluentes).
A Tendências Consultoria projeta um crescimento de 21% na venda de caminhões em 2013 e de 6,6% na de ônibus. O cenário positivo de emprego e renda no país é o grande motor da demanda do setor, segundo Baggi, além disso, há alguns projetos de investimentos em logística que estimulam a demanda.
o Desafios
O aumento da gasolina teria naturalmente algum impacto nas vendas, segundo Baggi, mas o efeito de queda real de preço do automóvel atrelado a um cenário positivo de renda e emprego pode neutralizar esse impacto.
· Imobiliário
O setor imobiliário em 2012 passou por um ano mais estável. Segundo Basilio Jafet, presidente da Fiabci/Brasil (unidade nacional da Federação Internacional das Profissões Imobiliárias), esse período foi uma espécie de “arrumação” no segmento, que tinha saído de um momento de demanda muito forte nos anos anteriores, para um ano de economia estável.
"Após esse momento, em 2013, deve acontecer um novo aumento da demanda”, afirma. A estimativa é de um crescimento beirando os 5% neste ano, acompanhado de um novo aumento de preços para o setor.
As oportunidades, segundo Jafet, estarão em diversas regiões e setores. O residencial e comercial, por exemplo, continuam com forte demanda em grandes metrópoles. Já os imóveis dedicados a operações logísticas, como estocagem de safra, terão forte demanda no interior do país.
o Desafios
Um ponto polêmico sobre o setor imobiliário é o financiamento para compra de imóveis, que tem como principal fundo a poupança. Com as novas regras, cogitou-se a hipótese de que os recursos da caderneta deixassem de ser suficientes para financiar o setor.
Para Jafet, esse é um desafio que vem sendo bem superado e não oferece os riscos que se imaginou no início. “Acredito que por pelo menos mais dois anos, os recursos ainda serão suficientes”, disse. Ele também afirma que, para suprir a necessidade de fundos, o mercado também já está desenvolvendo novos produtos, como fundos imobiliários e títulos como LCIs (letras de crédito imobiliário).
Assim, o setor tem desafios maiores para se preocupar. Um deles, aponta o presidente Fiabci/Brasil, é a falta de terrenos disponíveis no perfil que os empreendimentos demandam. Outra questão importante é a aprovação em novos projetos, que mesmo por conta da alta demanda, acaba desacelerando.
· Turismo
Com a proximidade da Copa do Mundo, as expectativas para o setor de turismo são grandes. Para o presidente da Braztoa, Marco Ferraz, o benefício é a divulgação do país, as melhorias em infraestrutura e o turismo gerado em decorrência dos jogos.
A expectativa da Braztoa é que o setor cresça cerca de 10% neste ano, apesar da economia fraca. Para o primeiro semestre, a projeção é de estabilidade. O crescimento deve vir na segunda metade do ano, segundo Ferraz.
o Desafios
“Hoje, por conta dos preços, o Brasil tem mais passageiros vindo a trabalho do que a turismo. O país não está competitivo”, disse.
Com a proximidade da Copa do Mundo, a expectativa é que os preços subam - como se observou durante a Rio +20, no Rio de Janeiro. “Pode haver menos demanda que oferta, como foi na Olimpíada de Londres”, disse. No evento esportivo, muitos ingressos não foram vendidos e o governo inglês chegou a distribuir os tickets entre soldados para evitar os lugares vazios.
Além disso, eventos como a Copa acabam atraindo o turista eventual que, segundo Ferraz, é mais suscetível a câmbio e preço. Nessas épocas, o turista que viria visitar o país independentemente de preços desiste da viagem.
· Varejo
No geral, o varejo ainda deve ter um desempenho razoável em 2013, porém não tão robusto como em 2012, conforme avalia Eugenio Foganholo, diretor da Mixxer, consultoria especializada em bens de consumo e varejo. Isso porque os fundamentos que sustentaram o crescimento nos últimos anos ainda estão presentes, mas não tem tanto espaço para crescer como tinham antes. O emprego, por exemplo, que vem crescendo, já está próximo da estabilidade, assim como a massa salarial e a renda das famílias.
Alguns segmentos podem sentir mais efeitos negativos por motivos específicos e outros podem ter um desempenho melhor. Um ponto importante no ano passado foi a redução do IPI (Imposto Sobre Produtos Industrializados) para linha branca. Com a medida, o consumo desses produtos aumentou muito e deve começar a estabilizar ou até diminuir neste ano. Por outro lado, como lembra Foganholo, setores como o de confecções, que ficaram de lado já que o bolso do consumidor estava comprometido com outros produtos, devem apresentar recuperação.
o Desafios
Com os fundamentos mais estabilizados, o crescimento do setor deve estabilizar também, lembra Foganholo. Além disso, nos últimos anos os consumidores vêm apresentando um comportamento mais imprevisível em relação a suas compras. Datas que costumavam ter picos no varejo já não são sucesso de venda e outros momentos que não teriam um desempenho atípico, apresentam sucesso nos negócios. Para Foganholo, esse movimento vai continuar.
Segundo ele, as grandes varejistas já começam a driblar esse desafio incentivando gastos o ano todo. Isso pode ser feito com vários artifícios, desde o aumento do mix de produtos nas lojas, até promoções durante o ano.
· Petróleo e Gás
A demanda deve continuar forte no setor, segundo Walter de Vitto, analista de petróleo e gás da Tendências Consultoria.
A necessidade de petróleo deve continuar crescendo, segundo De Vitto, em decorrência do aumento de renda e de crédito, e consequente elevação no consumo de automóveis e de bens que demandam derivados de petróleo. Na produção industrial as expectativas também são boas.
Já o segmento de gás deve se beneficiar do baixo nível de chuvas. “Um ano como 2012 ou 2011 não teve muita demanda [de gás], então a produção foi menor, mas ao acionar as usinas [que entram em ação quando hidrelétricas não são suficientes], a demanda aumenta muito e acaba sendo necessário produzir mais para atender essa demanda. É positivo”, disse De Vitto.
o Desafios
Embora tenha boas perspectivas para a demanda, quando o assunto é a produção de petróleo, o cenário não é positivo, segundo Walter de Vitto, analista de petróleo e gás da Tendências Consultoria.
Com desempenho muito atrelado ao da gigante Petrobras, a produção de petróleo reflete algumas escolhas da empresa. O aumento de preço na gasolina tem um impacto positivo para a Petrobras, mas “ainda não resolve o problema dela”, segundo De Vitto.
“Nos últimos anos, a Petrobras passou por problemas e agora paga o preço. O cenário para produção não é positivo. A OGX também aparecia como promissora, mas não está entregando resultados tão favoráveis como tinha prometido”, comentou sobre empresas do setor. De Vitto explica que a Petrobras diversificou demais seus investimentos, ao invés de focar em pontos que poderiam ter dado mais retorno e isso deve continuar esse ano, na opinião do analista, tendo em vista que é reflexo da gestão anterior.
· Cosméticos e produtos de higiene pessoal
Uma teoria batizada de efeito batom dá conta de que o setor de cosméticos é quase imune a crises. A julgar pelo desempenho no Brasil, a teoria está bem próxima da prática. Os números do setor (que também engloba higiene pessoal e perfumaria) em 2012 ainda não estão consolidados mas, segundo João Carlos Basilio, presidente da ABIHPEC (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosmético), já apontam para o 17º ano consecutivo de crescimento real de dois dígitos.
A indústria é composta por produtos que são de necessidade básica, como cremes dentais ou sabonetes, e de produtos de adorno, como maquiagens e perfumes. Por isso, o crescimento da renda no Brasil vem impulsionando o segmento. Como explica Reynaldo Saad, sócio-líder no atendimento às empresas do setor varejista da Deloitte, esse é um segmento de produtos aspiracionais, ou seja, as pessoas têm o desejo de consumir. A partir do momento que mais pessoas têm acesso a esses produtos, o crescimento se sustenta.
As empresas dessa indústria colocam no mercado produtos de diversos tipos, preços e funções, o que abre caminho para diferentes perfis de consumidores. “É um setor por si só inovador. O consumidor precisa da novidade no produto e na embalagem”, diz Saad.
Além da inovação e do avanço tecnológico, outro ponto deve continuar impulsionando é o crescimento dos pontos de venda, como lembra Saad. Além da tradicional venda porta a porta e do aumento de lojas físicas, o comércio eletrônico continua se fortalecendo para o varejo de cosméticos e produtos de higiene pessoal.
Com o consumo desses produtos crescendo no Brasil, o desempenho no mercado interno é o que deve continuar puxando a indústria. Segundo Basilio, da ABIHPEC, o Brasil já é o terceiro maior mercado consumidor, atrás dos Estados Unidos e Japão.
o Desafios
Mesmo um setor que não se abala pela crise tem desafios para ultrapassar. Saad destaca três principais.
O primeiro é a questão logística, que ainda é um problema para vários setores no Brasil. A pouca estrutura pesa ainda mais para essa indústria, já que os produtos são perecíveis e precisam de condições especiais de transporte.
Outro desafio importante para a indústria é a questão da pirataria, que atinge tanto produtos nacionais quanto internacionais.
A questão tributária é uma das que mais merece destaque. Cosméticos são considerados produtos supérfluos pelo governo brasileiro e, assim, estão sujeitos a altos impostos. Além disso, alguns produtos de higiene pessoal, muito ligados à saúde, não são vistos como essenciais e não escapam da alta carga de impostos.
· Mineração e Siderurgia
Enquanto a siderurgia deve observar um aumento de consumo e de produção em 2013, a produção na mineração não consegue aproveitar as oportunidades oferecidas pela demanda, segundo Bruno Rezende, analista de mineração e siderurgia da Tendências Consultoria.
Para o BB Investimentos, no o ano de 2013, a perspectiva para determinar o desempenho do setor continuará dependendo do crescimento econômico da China.
O maior risco para o setor de siderurgia em 2013 é de o país não crescer como o esperado, segundo Rezende. “Essa política mais desenvolvimentista do governo, se não surtir efeito, é mais um ano de baixo crescimento e o consumo de siderúrgicos pode ser menor que o projetado”, disse.
Em 2013, o consumo na siderurgia deve ser puxado por automotivos e bens de capital, segundo Rezende. Na produção, o aumento na alíquota de importações e o fim da guerra fiscal são fatores que podem beneficiar. “Produtores nacionais podem ganhar participação sobre os internacionais”, afirmou Rezende.
o Desafios
Em mineração, o Brasil está desperdiçando uma oportunidade, segundo Rezende. “Não vamos conseguir fazer a produção crescer no ritmo que poderia ou que existiria demanda para absorver”, afirmou. Para Rezende, o Brasil poderia ter avançado mais. “A discussão de aprovação de um novo marco regulatório para o setor de mineração vem barrando o desenvolvimento do setor há um tempo, está tudo parado, a questão regulatória e o processo de licenciamento ambiental lento impactam negativamente”, afirmou.
Por outro lado, como o cenário atual é de excesso de oferta de aço, se a demanda externa não reagir de forma mais efetiva em 2013, os preços internacionais podem ficar mais baixos, segundo Rezende. O BB Investimentos não acredita em um movimento de forte recuperação no setor até que os preços dos produtos siderúrgicos das companhias brasileiras comecem uma trajetória consistente de alta, segundo relatório assinado por Victor Penna. O relatório ainda cita como risco para o setor a volatilidade no preço de matérias primas, como minério de ferro e carvão, sem a possibilidade de repasse.
· Setor financeiro
O ano de 2012 foi desafiador para os bancos brasileiros em decorrência da desaceleração no ritmo de expansão das carteiras de crédito, da queda da Selic e da redução dos spreads bancários, segundo relatório do BB Investimentos, assinado pelos analistas Nataniel Cezimbra e Carlos Daltozo. No ano passado, a inadimplência foi a grande vilã da expansão do crédito, afirmam.
Para Carlos Daltozo, analista do BB Investimentos, a perspectiva para 2013 é de maior estabilidade, retomada do crescimento da economia e estabilidade na taxa de juros, um cenário mais favorável para os bancos. A inadimplência já está em queda, segundo Daltozo. “Nossa visão é positiva para esse ano”, disse.
o Desafios
A instabilidade externa continua sendo um risco. “Olhando a economia interna, a expectativa para 2013 é mais favorável e os bancos, em tese, terão uma performance melhor, mas é um cenário dinâmico que demanda atenção”, disse Ricardo de Carvalho, sócio da área de Transaction Services da Deloitte.
Além disso, na visão de Carvalho, os bancos devem continuar seletivos quanto ao crédito em 2013.
· Pecuária
O setor de proteínas no Brasil, especialmente no segmento de bovinos, tem tudo para se destacar no ano por dois motivos principais, como explica Paulo Pinese, sócio da Deloitte na área de consultoria tributária e especialista no setor de agronegócios.
Um deles é pelo tamanho do rebanho brasileiro, um dos maiores do mundo explorados comercialmente. Em segundo lugar, o país tem muita área de pasto. Como explica Pinese, isso aumenta a competitividade da carne brasileira, que utiliza muito menos ração e mais pasto na alimentação do gado, ganhando qualidade e preferência pelo mundo.
o Desafios
Um dos pontos de atenção para a pecuária brasileira é a proibição de carne nacional que alguns países colocam após identificarem possíveis contaminações. Segundo Pinese, o Brasil já eliminou diversos desses problemas, mas em algumas ocasiões localizadas, essas proibições podem acabar pressionando o preço das carnes.
Além disso, para outros tipos de proteínas, como frangos, existe a questão dos preços alimentação, feita por produtos como milho e soja. Assim, os valores estão muito ligados ao sucesso da safra agrícola.
· Agricultura
A safra agrícola deve ter novo recorde em 2013. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas deve chegar a 178 milhões de toneladas em 2013, 9,9% maior que a de 2012, quando o volume colhido já havia sido o maior da série histórica.
Paulo Pinese, sócio da Deloitte na área de consultoria tributária e especialista no setor de agronegócios, destaca dois fatores que impulsionam o setor. “Na agricultura não há forte intervenção do governo e há profissionalização”, diz.
Além disso, o Brasil tem alta produção excedente, o que ajuda o país a se destacar também na exportação.
o Desafios
O maior desafio para o setor é incontrolável: o clima.
Além desse, Pinese também destaca a questão da infraestrutura. Segundo ele, o Brasil consegue sim escoar sua produção excedente, porém com tempo e custos muito altos, acima do que seriam com uma infraestrutura eficiente.
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